terça-feira, 15 de junho de 2010

Doença Infecciosa da Bolsa (DIB)


    A doença infecciosa da bursa de Fabricius (DIB) é uma doença caracterizada pela imunossupressão e mortalidade de aves jovens. O vírus da doença infecciosa da bursa de Fabricius (VDIB) é um vírus de RNA fita dupla do gênero  Avibirnavirus da família  Birnaviridae.  Altamente contagioso, possui muitas variações que podem infectar tanto galinhas como patos e perus.
     O VDIB é responsável por mudanças na morfofisiologia do sistema imune das aves afetadas. O vírus multiplica-se nos tecidos linfóides com preferência pela bursa de Fabricius, destruindo células linfóides causando imunossupressão e conseqüentemente aumento de outros agentes infecciosos. Algumas variedades do VDIB causam pequenas ou nenhuma infecção na bursa de Fabricius, enquanto outras variedades causam perda extrema de seu estroma e do microambiente folicular que suporta a diferenciação celular dos linfócitos B, o que explica a severa imunodepressão conseqüente da infecção geral. Como a doença ataca os tecidos linfóides, os principais afetados são as aves de duas a oito semanas de idade, as quais possuem maior atividade na bursa de Fabricius.
     O vírus pode levar a morte pela necrose dos tecidos linfóides e mesmo que a ave sobreviva e se recupere dessa fase da doença, ela ainda continuará imunocomprometida estando mais suscetível a infecções secundárias e menos suscetível aos efeitos das vacinas. As lesões são mais fáceis de serem visualizadas na necropsia especialmente em aves que morreram da doença. A bursa de Fabricius se mostra inchada, edematosa, amarelada, e ocasionalmente hemorrágica. Congestões e hemorragias do peitoral, cochas e músculos das pernas também são freqüentemente observados. As aves que se recuperam da infecção viral apresentam o órgão linfóide atrofiado.
     A infecção não pode ser transmitida da mãe para o filho. Normalmente é contraída via oral, mas pode ser por via do tecido conjuntivo ou do trato respiratório, com um período de incubação de 2 a 3 dias.  Pequenos insetos que servem de alimento para galináceos podem carregar o vírus por 8 semanas, e aves doentes excretam grandes quantidades do vírus por 2 semanas  depois da infecção. Os sintomas são mais evidentes em pássaros de 4 a 6 semanas e dentre as galinhas a White Leghorn é mais suscetível ao vírus do que as broilers e brown-egg layers.
     Apesar de não existir nenhum tratamento específico para a doença, as aves de 3 a 8 semanas de idade são comumente vacinadas com vírus atenuados e depois são revacinados com uma vacina inativada a base de óleo. Se os anticorpos da mãe ainda estiverem em grande quantidade nos filhotes vacinados é possível que a imunização não seja efetiva.

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