sábado, 21 de agosto de 2010

Proteína Vif e a Síndrome da Imunodeficiência


   Os agentes etiológicos responsáveis pelo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) são o Vírus da Imunodeficiência Humana tipo-1 e tipo-2 (VIH-1 e VIH-2), ambos retrovírus pertencentes à família dos lentivírus. O Vif (Fator de Infecciosidade Viral) é uma proteína acessória do VIH cuja função principal é bloquear a acção do Apobec3G, que tem a capacidade de tornar o VIH-1 não infeccioso através da indução de mutações G para A durante a síntese do DNA viral. Recentemente foram desenvolvidos anticorpos recombinantes de cadeia única específicos contra o Vif, a partir da construção de uma biblioteca genômica de anticorpos resultantes da imunização de coelhos.


Apobec3G
   Os anticorpos que foram expressos no citoplasma celular, mantiveram a sua capacidade de ligação ao Vif e inibiram a replicação do VIH-1. Estes resultados sugerem que este tipo de estratégias de terapia génica poderão vir a ter bastante sucesso no tratamento de doenças infecciosas. No entanto, esta nova forma de terapia por imunização intracelular, apresenta ainda alguns obstáculos.
   A expressão intracelular dos anticorpos no citoplasma é normalmente confrontada com problemas de folding, diminuição da solubilidade, níveis de expressão e tempo de meia vida. Estes problemas associados à instabilidade da ponte de ligação e à agregação dos domínios VH e VL ligadas por essa ponte peptídica, são alguns factores que podem alterar a capacidade de neutralização da proteína alvo. Deste modo, o desenvolvimento de pequenos anticorpos de cadeia única VH ou VL terão certamente uma vantagem muito grande em relação aos anticorpos de cadeia única. A abordagem feita para construir estes anticorpos intracelulares de cadeia única foi baseada nas características dos anticorpos de cadeia pesada dos camelos (VHH).

   Os domínios VHH apresentam naturalmente solubilidades e estabilidades elevadas em consequência de substituições específicas de alguns aminoácidos na região correspondente à interação com o domínio VL. Desta forma, para aumentar a solubilidade e a estabilidade do domínio VH anti-Vif, os aminoácidos hidrofóbicos da região de interface foram substituídos por aminoácidos hidrofílicos dos VHH.

   Os resultados obtidos permitiram concluir que na ausência do domínio parental VL, todos os VHs em estudo apresentaram um reconhecimento específico da proteína Vif. No entanto, somente os VHs mais camelizados é que apresentaram níveis altos de expressão intracelular. A actividade biológica de cada um dos domínios VH demonstrou estar fortemente relacionada com a solubilidade e estabilidade da proteína. Os VHs mais camelizados interferem na transcrição reversa e integração do DNA viral, inibindo a replicação. Esta inibição demostrou estar associada com o aumento dos níveis de expressão do Apobec3G.
  
Esses estudos sugerem que a camelização (hidrofilização) de domínios VH derivados de coelho poderá ser uma abordagem bastante promissora para o desenvolvimento de anticorpos intracelulares cada vez mais pequenos e robustos para futuras aplicações a nível da terapia gênica.

   Referências
-http://www.retrovirology.com/
-Proteína Vif e imunização intracelular: Um novo alvo e uma nova estratégia de inibição do HIV-1 _Frederico Aires da Silva, Mariana Santa-Marta , Joao Gonçalves. URIA - Centro de Patogénese Molecular, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa. 1649-019 Portugal

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Leucemia Linfocítica Crônica em Cães

A leucemia ocorre quando o processo de maturação da célula-tronco até sua transformação em leucócito apresenta algum defeito e produz uma alteração, que comumente envolve um rearranjo de fragmentos de cromossomos. Como os arranjos cromossômicos (translocação cromossômica) alteram o controle normal da divisão celular, as células afetadas multiplicam-se sem nenhuma restrição, tornando-se cancerosas. Finalmente, essas células ocupam a medula óssea, substituindo as células produtoras de células sangüíneas normais. A leucemia linfocítica crônica caracteriza-se por um grande número de linfócitos maduros cancerosos e linfonodos aumentados de tamanho. A alteração da linhagem celular B é mais frequente que a linhagem celular T.

Os linfócitos observados nessa doença são geralmente pequenos com cromatina nuclear condensada, nucléolos invisíveis e citoplasma escasso sem grânulos azurófilos. Mostram positividade característica, granulações finais disposta em coroa, na reação do ácido periódico de Schiff (PAS). A microscopia óptica não permite a diferenciação entre os tipos B e T. Essa é realizada por intermédio de técnicas de imunofenotipagem que identificam marcadores celulares específicos.
Ela é relatada principalmente em cães e gatos idosos, tendo predileção em cães de meia idade com média de 9,4 anos.

Os sinais clínicos são inespecíficos e muitos casos de leucemias crônicas são diagnosticados por acaso durante o exame físico e avaliação laboratorial de rotina. Os sinais clínicos incluem letargia, perda de peso, anorexia, vômito e diarréia intermitente, poliúria, polidipsia e claudicação intermitente. Os achados através do exame físico nesses cães incluem linfadenoaptia generalizada, esplenomegalia, hepatopatia, palidez e pirexia.

Para o diagnóstico ser comprovado e não confundido com outras doenças linfoproliferativas, realiza-se a biópisa de medula óssea, onde o padrão de infiltração linfocítica pode ser: intersticial, nodular, misto ou difuso. No caso da infiltração difusa, ocorre uma substituição completa dos espaços medulares pela infiltração linfocítica.

LLC (leucemia linfocítica crônica)


A série linfóide apresentou-se marcadamente aumentada, sendo representada principalmente por linfócitos pequenos e médios e em menor grau por plasmócitos.

A terapia visa eliminar todas as células neoplásicas primordiais e também diminuir a proliferação de clones neoplásicos sem causar total ablação da medula óssea. A quimioterapia em cães com LLC aumenta a sobrevida em mais de 1000 dias.


Linfócitos leucémicos frágeis e grande quantidade de leucócitos


Referências:
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/ 
http://www.webartigos.com/articles/
http://www.fea.br/revista/ciencias%20agrarias

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Deficiência na adesão de Leucócitos Bovina (BLAD)


       Mais conhecida por BLAD (Bovine Leukocyte Adhesion Deficiency), é uma doença que atinge os bezerros jovens da raça Holstein. Ela causa imunodeficiência devido a inabilidade dos leucócitos de se aderirem as paredes dos vasos, e assim de migrarem para os locais de infecção. Por ser uma doença autossômica recessiva hereditária,  heterozigotos possuem um fenótipo normal, mas podem gerar crias com a doença se cruzarem com outro heterozigoto (25% de chance).

Patogênese
     O gene que codifica a proteína CD18 foi identificado como o local em que ocorre a mutação que causa o BLAD. Animais com BLAD têm duas mutações nos alelos que codificariam da proteína CD18. Uma mutação é chamada de D128G, ela resulta na mudança no aminoácido ácido aspártico para uma glicina. A segunda mutação é silenciosa (não resulta na mudança da proteína). Essas mutações afetam a proteína CD18, que por sua vez, causa uma expressão reduzida da beta-2-integrina, sendo que esta é uma importante molécula de adesão na superfície das células brancas. Então, sem essas moléculas de adesão, as células brancas ficam incapazes de aderir aos vasos e migrar para os lugares de infecção, deixando o organismo imunodeficiente.
 
Mecanismo normal de migração dos linfócitos para o local de infecção



Sinais clínicos:
  • Os sinais Clínicos só aparecem após a primeira ou a segunda semana de vida. Estes incluem:
  • Aparência de fraqueza, magreza e apatia;
  • Apresentam doenças como infecções bacterianas recorrentes, pneumonia, diarreia, estomatite ulcerativa e granulomatosa;
  • Demora na cicatrização;
  • Normalmente morrem com 2-4 meses.
  A BLAD é uma doença comum, mas sua incidência vêm diminuindo devido ao estudo de alterações genéticas que os bovinos reprodutores são submetidos (como PCR, por exemplo)
 
 Vaca e Bezerro da raça Holstein



Referências:

 

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Deficiência em Imunoglobulinas

          A deficiência de imunoglobulinas pode ser classificada como adquirida ou congênita. Normalmente, a adquirida está relacionada a animais jovens que não recebem adequadamente anticorpos das mães, ou a animais idosos que passam a apresentar falhas na produção de imunoglobulinas.

          A deficiência da transferência de imunoglobulinas do colostro é uma causa freqüente de imunodeficiência na medicina veterinária. Esse problema está no fato de poder conter, no colostro, baixos níveis de anticorpos específicos ou por ele estar sendo pouco oferecido ao animal, podendo ocasionar sérios problemas de deficiência. Também pode ocorrer falha na absorção de imunoglobulinas pelo intestino. Os níveis de imunoglobulinas menores que 400mg/dL na amostra de soro, após a amamentação, indicam uma insuficiência de transferência passiva nos potros. Devido a essa deficiência de imunoglobulinas, esses animais estarão mais disponíveis a adquirir infecções virais e bacterianas, que podem levá-los a óbito.
          Os bezerros são agamaglobulinêmicos ao nascer e absorvem a IgG do leite apenas 24 a 36h após o nascimento. Qualquer atraso na amamentação tem efeito significativo no agravamento da infecção bacteriana. Os bezerros com menos de 10mg IgG/mL são considerados hipogamaglobulinêmicos; os valores abaixo de 5mg IgG/mL evidenciam a deficiência da transferência passiva. A separação dos bezerros de suas mães muito precocemente é um problema que ocorre com freqüéncia em rebanhos leiteiros.

          A hipogamaglobulinemia pode ser associada a qualquer coisa que altera a produção de imunoglobulinas. Tumores tais como mielomas de plasmócitos ou linfossarcomas que ocasionalmente secretam grandes quantidades de anticorpos monoclonais, podem estar associados a deficiências profundas dos anticorpos benéficos normais. As células tumorais competem por substrato com as células e produzem imunoglobulinas, ou a seleção de linfócitos anormais no timo que não seleciona e destrói aqueles que produzem quantidades anormais de imunoglobulinas.
          Infecções virais como cinomose e a parvovirose caninas danificam o sistema linforreticular. A cinomose é uma doença que é altamente contagiosa e afeta muitos sistemas do organismo, e causa leucocipenia. A parvovirose é uma doença que ataca o sistema digestório (estômago e intestino), causando lesões graves e que pode ocasionar hemorragias internas. Isso provoca a interrupção da produção normal de anticorpos.

          Animais deficientes em imunoglobulinas são geralmente tratados a base de antibióticos e corticosteróides durante o período neonatal. Com isso, o efeito imune é prolongado, por permitir a proliferação de fungos e por suprir os mecanismos de defesa do hospedeiro.


Referências
 
MANUAL MERCK DE MEDICINA VETERINÁRIA; 7ª EDIÇÃO; 1991; CLARENCE M. FRASER; EDITORA ROCA; PÁGS. 524-528

INTRODUÇÃO À PATOLOGIA VETERINÁRIA; 2ª EDIÇÃO; 2004; NORMAN F. CHEVILLE; EDITORA ROCA; PÁG. 162

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Papel Imunoestimulante das Vitaminas

     A imunocompetência do organismo está fortemente relacionada com a deficiência do estado nutricional do animal. Vitaminas, por exemplo, atuam estimulando de forma direta o sistema imunológico, aumentando sua resistência às infecções e aos fatores externos que levam à deficiência da resposta imune. Assim, uma suplementação vitamínica pode ajudar a prevenir uma disfunção imunológica, já que estes micronutrientes estão envolvidos com as células imunomediadas.
     O sistema imunológico é responsável por detectar a presença de antígenos e transmitir a informação ao resto do organismo para que esse possa responder com alterações metabólicas e comportamentais que afetam o desempenho e as exigências nutricionais. O organismo dispõe de dois tipos de imunidade: imunidade inata e imunidade adquirida. A imunidade inata é a principal linha de defesa contra os organismos invasores. Seus componentes são barreiras mecânicas, produtos secretados, além de um grupo de leucócitos denominados fagócitos, e outro grupo chamado de células Natural Killer. Caso a resposta inata não seja eficaz na contenção da infecção, o sistema imune passa a depender de mecanismos mais específicos e sofisticados provenientes da imunidade adquirida, que é específica e extremamente poderosa contra agentes invasores. Essa imunidade se deve especialmente à formação de anticorpos e linfócitos ativados, que atacam e destroem os invasores.

     Na reação aos antígenos, o sistema imune libera citocinas que ativam componentes celulares e humorais. Essa ativação leva à modificação na repartição dos nutrientes devido ao aumento da taxa metabólica basal. Como conseqüência para o animal, há alta produção de calor com elevação da temperatura corporal, e rápida queima calórica para atender à alta necessidade metabólica, portanto, a necessidade por nutrientes aumenta.
     Quando há uma deficiência na dieta do animal, o organismo fica susceptível ao acometimento de doenças. Um alvo fácil para adquirir infecções oportunistas. Uma dieta adequada contribui para melhorar a capacidade do organismo em responder às infecções, fortalecendo o seu sistema imunológico.
     Com o envelhecimento do animal, tem-se um declínio na função imunológica. As modificações da resposta imune que ocorrem no estão relacionadas principalmente à imunidade mediada por células T e, de forma mais atenuada, à resposta humoral (células B). Essa disfunção imune relacionada à idade pode ser particularmente prevenida ou retardada por intervenção dietética. Animais idosos quando suplementados, não apresentam declínios na função imunológica que seriam decorrentes de sua idade avançada. Dessa maneira, se o estado nutricional for mantido, a imunocompetência é preservada.
     As vitaminas são nutrientes essenciais que melhoram a eficácia do sistema imunológico. Atuam através de diferentes mecanismos como o estímulo dos fagócitos e dos linfócitos e a atuação na via de complemento. Além disso, as vitaminas ajudam a manter altos os níveis de anticorpos e contagem de linfócitos T, aumentando assim, a resistência às infecções. Micronutrientes antioxidantes como as vitaminas A, C e E, podem modular fatores de sinais de transdução, transcrevendo genes envolvendo células imunomediadas e produção de citocinas.
     A vitamina C atua aumentando a síntese de interferon (uma proteína produzida pelas células do organismo para defendê-lo de microrganismos), atua também na potencialização da ação dos neutrófilos e na produção de anticorpos. A maioria dos animais possui a capacidade de sintetizar esta vitamina, porém, sua produção pode não ser tão eficiente para suprir suas necessidades. Este fato é observado em situações que levam ao desequilíbrio do metabolismo, como o estresse, a velhice, e diversas patologias que resultam na deficiência imunológica.
     As vitaminas A e E influenciam na produção de anticorpos e na proliferação de células de defesa específicas do sistema imune. A vitamina E ainda atua como antioxidante natural, sendo necessária para manter a integridade das membranas celulares. Tem importante função na formação de anticorpos, sendo que a deficiência deste nutriente resulta na inibição da síntese de globulinas. Estudos realizados em coelhos, porcos, galinhas e cachorros, que apresentavam hipovitaminose E, demonstraram uma depressão na proliferação linfocitária, causando um prejuízo na função mediada por células T. Portanto, conclui-se que a suplementação diária de vitamina E representa um possível efeito imunoestimulador.
     O sistema imune está sujeito a disfunções, sobrecarga e deficiências. O declínio desta resposta imune predispõe o animal ao desenvolvimento de diversas infecções e patologias. Assim, para manter a integridade e eficiência deste sistema, a suplementação com certos nutrientes é um fator muito importante, sendo necessário empregar níveis nutricionais ideais que propiciem o adequado funcionamento do sistema imunológico. Por isso, a suplementação de vitaminas é essencial para aumentar o nível de resistência dos animais sobre a ação de microrganismos patogênicos e dos diversos fatores que, freqüentemente, levam à sua debilidade.



Rerefências
Manual Merck de Veterinária: um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção e controle de doenças para o veterinário / Clarence M. Fraser, editor. São Paulo: Roca, 1991.
NOVAES, Maria Rita Carvalho Garbi, ITO, Marina Kyomi, ARRUDA, Sandra Fernandes et al. Suplementação de micronutrientes na senescência: implicações nos mecanismos imunológicos. Rev. Nutr., maio/jun. 2005, vol.18, no.3, p.367-376.
MACHADO, Paulo R. L., ARAUJO, Maria Ilma A. S., CARVALHO, Lucas et al. Mecanismos de resposta imune às infecções. An. Bras. Dermatol., nov./dez. 2004, vol.79, no.6, p.647-662.

sábado, 17 de julho de 2010

Síndrome da Imunodeficiência em Lhamas Jovens

   Na literatura atual descreve-se uma grave síndrome de imunodeficiência que afeta as lhamas jovens, porém não atinge outros camelídeos da América do Sul, como as alpacas, quanacos e vicunha.

   A idade média de início da doença é de um ano. A maioria dos animais afetados está clinicamente normal e cresce bem até o momento do desmame quando começam a perder peso e sofrem seguidas infecções oportunistas.

   Essas infecções são causadas por diversos agentes bacterianos, fúngicos e protozoários. As infecções do trato respiratório são freqüentes. A memória dos linfócitos são normais ou deficientes, porém as respostas a fitohemaglutinina, concanavalina A e proteína M estreptocócica, estão muito deprimidas.

   As biópsias dos nódulos linfáticos mostram uma diminuição dos linfócitos T nas áreas paracorticais, estando os folículos primários nas áreas de linfócitos B hipoplásicos (pouca atividade) e carentes de centros germinativos. Os animais também tem baixos níveis de IgG e resposta muito debilitada as vacinas de Clostridium perfringens (bactéria), devido as respostas dos linfócitos T e B deprimidas.

   A causa dessa síndrome é desconhecida. Alguns pesquisadores detectaram atividade da transcriptase reversa nos tecidos e partículas com a microscopia eletrônica que são compatíveis com a infecção por retrovírus. No entanto, a aparição contínua da doença em lhamas jovens sugere que o processo pode ser hereditário. Embora a terapia paliativa possa ser administrada o prognóstico a longo prazo é ruim.


   REFERÊNCIAS:

 - Introducción a la Inmunología Veterinaria – Oitava edição- Ian R. Tizard
 - http://www.infopedia.pt/$camelideos
 - http://migre.me/Xdz2

domingo, 11 de julho de 2010

Imunodeficiência Bovina

O vírus da Imunodeficiência Bovina (VIB) é um lentivírus. Foi originalmente isolado em uma vaca com linfossarcoma (tumor primitivo encontrado em nódulos linfáticos).

Causa linfocitoses (aumento do número de linfócitos circulantes), lesões no sistema nervoso central, perda de peso e fraqueza. A infecção pelo VIB pode causar também diminuição da resposta linfocitária e pode suprimir algumas funções dos neutrófilos, como a citotoxicidade celular dependente de anticorpos.


No entanto, o VIB é de baixa patogenicidade nos bezerros infectados experimentalmente. Os animais desenvolvem uma linfocitose passageira, aumento do tamanho dos gânglios linfáticos e inflamação do sistema nervoso não purulenta.


O VIB pode também infectar ovelhas. A infecção se associa com o aumento de linfócitos T CD2 e CD4, assim como a proporção CD4/CD8 entre os 6 e 8 meses após a inoculação. As ovelhas não apresentam sinais clínicos da doença no ano da inoculação e aparentavam ter uma função imune normal. O VIB pode atingir coelhos, causando uma infecção crônica que apresente esplenomegalia e linfadenopatia.



Referências:

- Inmunología - David Male; Jonathan Brostoff; David B. Roth; Ivan Roitt - Séptima edición

-Introducción a la Inmunología Veterinaria - Ian R. Tizard -Octava edición

- http://www.uiowa.edu