A imunocompetência do organismo está fortemente relacionada com a deficiência do estado nutricional do animal. Vitaminas, por exemplo, atuam estimulando de forma direta o sistema imunológico, aumentando sua resistência às infecções e aos fatores externos que levam à deficiência da resposta imune. Assim, uma suplementação vitamínica pode ajudar a prevenir uma disfunção imunológica, já que estes micronutrientes estão envolvidos com as células imunomediadas.
O sistema imunológico é responsável por detectar a presença de antígenos e transmitir a informação ao resto do organismo para que esse possa responder com alterações metabólicas e comportamentais que afetam o desempenho e as exigências nutricionais. O organismo dispõe de dois tipos de imunidade: imunidade inata e imunidade adquirida. A imunidade inata é a principal linha de defesa contra os organismos invasores. Seus componentes são barreiras mecânicas, produtos secretados, além de um grupo de leucócitos denominados fagócitos, e outro grupo chamado de células Natural Killer. Caso a resposta inata não seja eficaz na contenção da infecção, o sistema imune passa a depender de mecanismos mais específicos e sofisticados provenientes da imunidade adquirida, que é específica e extremamente poderosa contra agentes invasores. Essa imunidade se deve especialmente à formação de anticorpos e linfócitos ativados, que atacam e destroem os invasores.
As vitaminas são nutrientes essenciais que melhoram a eficácia do sistema imunológico. Atuam através de diferentes mecanismos como o estímulo dos fagócitos e dos linfócitos e a atuação na via de complemento. Além disso, as vitaminas ajudam a manter altos os níveis de anticorpos e contagem de linfócitos T, aumentando assim, a resistência às infecções. Micronutrientes antioxidantes como as vitaminas A, C e E, podem modular fatores de sinais de transdução, transcrevendo genes envolvendo células imunomediadas e produção de citocinas.
As vitaminas A e E influenciam na produção de anticorpos e na proliferação de células de defesa específicas do sistema imune. A vitamina E ainda atua como antioxidante natural, sendo necessária para manter a integridade das membranas celulares. Tem importante função na formação de anticorpos, sendo que a deficiência deste nutriente resulta na inibição da síntese de globulinas. Estudos realizados em coelhos, porcos, galinhas e cachorros, que apresentavam hipovitaminose E, demonstraram uma depressão na proliferação linfocitária, causando um prejuízo na função mediada por células T. Portanto, conclui-se que a suplementação diária de vitamina E representa um possível efeito imunoestimulador.Rerefências
Manual Merck de Veterinária: um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção e controle de doenças para o veterinário / Clarence M. Fraser, editor. São Paulo: Roca, 1991.
NOVAES, Maria Rita Carvalho Garbi, ITO, Marina Kyomi, ARRUDA, Sandra Fernandes et al. Suplementação de micronutrientes na senescência: implicações nos mecanismos imunológicos. Rev. Nutr., maio/jun. 2005, vol.18, no.3, p.367-376.
MACHADO, Paulo R. L., ARAUJO, Maria Ilma A. S., CARVALHO, Lucas et al. Mecanismos de resposta imune às infecções. An. Bras. Dermatol., nov./dez. 2004, vol.79, no.6, p.647-662.


0 comentários:
Postar um comentário