quarta-feira, 26 de maio de 2010

FIV - O vírus da Imunodeficiência Felina

          O Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) causa uma depressão do sistema imunológico e afeta exclusivamente os felinos, ou seja, não é transmitida aos humanos ou outros animais de estimação, mas atua de forma idêntica à estirpe humana, o HIV.
  • TRANSMISSÃO
          A forma mais comum de transmissão do vírus é através de dentadas, em que a saliva entra em contato com o sangue. Ainda em estudo está a possibilidade de transmissão através do contato sexual, embora durante o mesmo, ocorra frequentemente dentadas do macho na fêmea, aumentando o risco de transmissão. As mães infectadas podem transmitir a doença aos filhos, mas isso vai depender da carga viral da mãe durante a gravidez.
  • FASES DA DOENÇA
          O FIV desenvolve-se por fases e durante grande parte do tempo, o gato não manifesta sintomas de qualquer infecção.

  • 1ª Fase: o gato pode manifestar febre sem razão aparente, entretanto pode também não evidenciar qualquer sintoma. Geralmente essa fase manifesta-se alguns meses após a infecção e a sua duração varia de meses à anos.

  • 2ª Fase: o número de linfócitos começa a diminuir, mas o gato pode permanecer assintomático. Os gatos aparentam estar saudáveis, mas podem transmitir a doença para outros felinos.

  • 3ª Fase: aparecimento dos primeiros sintomas, em que o gato pode perder peso e alterar o seu padrão de comportamento.

  • 4ª Fase: os sintomas começam então a manifestar-se de forma mais recorrente e com a destruição das células de defesa, os gatos ficam vulneráveis perante os vírus. Os sintomas do FIV começam então a agravar-se devido a uma maior frequência de infecções, algumas até pouco usuais, que em estado saudável seriam facilmente combatidas pelo gato, como gengivites, estomatites, otites, infecções respiratórias, entre outras.

  • 5ª Fase: corresponde à Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. Com o sistema imunitário arrasado, o gato tem já pouco tempo de vida, apenas alguns meses. Fulminante parece ser a combinação de FIV e FeLV (leucemia felina).   

  • DIAGNÓSTICO
          O teste a este vírus é feito através da análise do sangue, onde é verificada a existência de anticorpos específicos, que faz com que o teste dê positivo a FIV. Mas podem ocorrer falsos positivos ou falsos negativos e os testes feitos nas clínicas devem ser sempre repetidos em laboratório. Gatos até seis meses podem ter estes anticorpos provenientes do leite materno da mãe, do qual literalmente bebem a proteção contra as doenças. Gatos em fase terminal podem originar falsos negativos devido à inexistência de anticorpos.


  • TRATAMENTO
          Recomenda-se o isolamento dos gatos em relação a outros felinos. Isso porque os gatos infectados podem transmitir a doença aos gatos saudáveis, e também porque os gatos com FIV devem permanecer mais protegidos de outros vírus que possam constituir infecções secundárias. Este isolamento não se aplica contudo aos donos, que não correm qualquer perigo por estarem em contato com o gato. O afastamento dos donos pode contribuir para o aparecimento de stress e depressão, acelerando o avanço da doença.
          Não há cura para a FIV, entretanto o empenho dos veterinários tem possibilitado uma qualidade de vida muito boa aos animais infectados, sendo então o objetivo do tratamento o fortalecimento do sistema imunitário e a eliminação de doenças oportunistas. É importante ressalvar a adequada administração de antivirais, visto que sua incorreta prescrição pode agravar o quadro do felino.
  • PREVENÇÃO
          A FIV está associada a lutas entre gatos, onde são trocadas dentadas e onde feridas são abertas. A castração do animal pode reduzir o risco de contágio, e atenua também a vontade que os gatos tem de irem atrás de fêmeas no cio, com isso, o gato terá menos vontade de sair de casa. Caso consiga fugir, o animal estando castrado, as hipóteses de enfrentar gatos possivelmente infectados serão menores. A castração também é recomendada a gatos já portadores do FIV, pois assim evita-se a propagação do vírus.

  • VISITAS CONSTANTES AO VETERINÁRIO
          Esteja acometido ou não com a doença, é essencial a ida frequente ao veterinário, e neste caso de FIV, pode haver um diagnóstico precoce dessa doença e assim prolongar a vida do felino com qualidade.



Referências
http://www.portaleducacao.com.br/veterinaria/artigos/5702/fiv-a-sida-dos-gatos

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Introdução à Imunodeficiência

          Para começar, vamos fazer uma breve introdução a respeito das células do sistema imune.
          A hematopoise é o processo que gera as células do sangue. Células oriundas dos órgãos linfóides primários tais como a medula óssea e o timo, originam os linfócitos B e os linfócitos T respectivamente, que depois se diferenciam em toda a linhagem de células sanguíneas.
          As células tronco são pluripotentes e têm a capacidade de se diferenciar em várias linhagens e também de se renovar. Elas dão origem às células mielóides e linfóides, que darão origem a todas as células do sistema imune (linfócitos B e T e as NK natural killers). As células do sistema imune irão ficar armazenadas em órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço etc). Abaixo há uma ilustração sobre a origem dessas células:
      
          No caso de uma imunodeficiência, o sistema imune não funciona de maneira correta, e como conseqüência haverá maior suscetibilidade à infecções, sendo mais freqüentes e duradouras. Essa deficiência do sistema imune pode estar presente desde o nascimento, classificada como imunodeficiência congênita, mas os sintomas podem não estar presentes desde o nascimento. Também pode ser adquirida em idade avançada, conhecida como imunodeficiência adquirida, que costuma ser causada por doenças, imunossupressão, envelhecimento etc.
          As imunodeficiências congênitas costumam ser hereditárias e caracterizam-se pela diminuição ou mal funcionamento dos glóbulos brancos, ou ainda, o funcionamento inadequado de outras células do sistema imunológico.
          As imunodeficiências adquiridas são mais comuns do que as congênitas. Deterioram as células do sistema imune, ou até acabam com toda a capacidade do corpo de combater doenças.
          Infecções por vírus, protozoários, e fungos causam deteriorização das células do sistema imune, podendo ocorrer sérias doenças com deficiências imunitárias. Um exemplo dessas doenças é a que pode ocorrer em felinos, denominada FIV (Feline immunodeficiency virus), também conhecida como aids felina, por causar comprometimento do sistema imunológico desses animais e ter características semelhantes a aids que acomete seres humanos. Ainda vamos falar mais detalhadamente sobre essas doenças.




 
Referências: